terça-feira, 31 de maio de 2016

Prazer da amamentação... ou não!

Amamentar, amamentar... é mais complicado do que parece!

A minha princesa não mamou da maminha logo que nasceu, como é aconselhado pela maioria dos pediatras. Talvez por isso, quando ela estava na mama, por vezes não sentia que ela estivesse a mamar. Usei mamilos de silicone para tentar facilitar a "pegada", mas mesmo assim ela devia mamar pouco... e deixava os meus mamilos cheios de gretas.
Uma vez estava a sangrar bastante, mas como a medica e as enfermeiras na neo diziam que se podia amamentar mesmo assim, eu dei-lhe na mesma... ela acabou por vomitar. Coitadinha... deve ter ficado nauseada.
No dia seguinte tive a consulta no hospital com a pediatra que lhe tinha dado alta da neo, e ela tinha perdido peso. A médica disse para lhe dar a mama e depois o biberão com suplemento.
Comprei o leite...
Ainda lhe dei leite AR algumas vezes, mas eu sentia as minhas maminhas doridas e cheias de caroços... achava que tinha bastante leite, e que ela não ganhar peso não era por o meu leite não ser nutritivo, ou pouco, mas sim porque ela não mamava (preguiçosa!!) Ela não "abocanhava" bem o mamilo!


As mamas não têm caudalímetro, é uma chatice!
Arranjei uma bomba e comecei a tirar com a bomba e a dar-lhe no biberão...
Ela nunca foi uma grande apreciadora de leite, ainda hoje não é, mas assim eu conseguia controlar melhor o que ela mamava.
Entretanto ela começou a vomitar em jato e a bolsar bastante após as mamadas... fui à pediatra e ela disse que podia ser refluxo. Receitou-lhe o Cinet, para dar antes 20min de todas as mamadas. Os vómitos em jato deixaram de ser tão frequentes, mas ela continuava a bolsar muito.
Sair de casa de carro era um filme... andávamos 100m, a 50km/h e lá vinha o leite todo para fora.

Conclusão, o aumento de peso dela foi sempre pouco, apenas o suficiente para se manter na curva dela (percentil 15). Ainda hoje está neste percentil. A partir do momento que lhe comecei a dar o leite materno no biberão nunca mais lhe dei o leite AR, e a pediatra dizia que como ela se estava a manter na curva dela, que poderia continuar a dar-lhe o LM em exclusivo.

Afinal o meu leitinho era mesmo bom! ela mamava tão pouco e bolsava tanto, e mesmo assim ganhava peso!!

Houve uma altura em que comecei a notar que estava com menos leite... não que não fosse o suficiente para ela, porque ela mamava pouco, mas estava a congelar menos.
Decidi comprar a bomba swing de medela e comecei a usá-la +/- de 2 em 2h para estimular.
Voltei a ter mais leitinho, o que me permitiu fazer as primeiras papinhas dela com o LM.

Usei a bomba até quase aos 11 meses... não foi fácil.. tinha os meus mamilos numa lástima... afinal desde que ela tinha pouco mais de 1 semana de vida que eu tirava com a bomba todo o leite que ela mamava!
Estava cansada de usar a bomba... já não podia ouvir aquele barulho (e ela até é silenciosa!). Para todo o lado que ia tinha de levar a bomba, os biberões, água quente para se fosse preciso aquecer um pouco mais o leite em banho-maria, enfim... era um bocadinho mais complicado... seria tudo mais fácil de ela mamasse directamente da maminha...
Desisti de amamentar no dia em que quando estava a tirar o leite saía mais sangue que leite. Foi a gota de água!... ou melhor de sangue!
Ela já tinha quase 11 meses, já comia outras coisas, e eu já não aguentava mais a "ordenha".
Será que fui má mãe por ter desistido? Talvez haja que considere que sim, mas na minha opinião ter aguentado 11 meses nesta vida já foi um sacrifício muito grande! Estou tranquila com a minha decisão.

Da "experiência" que foi amamentar, as conclusões que tiro são as seguintes:

  • A criança mamar nos primeiros instantes de vida deve ser muito importante para todo o processo (acho que isto foi determinante em tudo o que se seguiu)
  • Quando o bebé começa a usar o biberão, seja com suplemento ou com leite materno, habitua-se "à boa vida", e acho que fica cada vez mais difícil pegar na mama (pelo menos esta foi a minha experiência... depois que comecei a dar o LM no biberão ela deixou de sequer tentar mamar na mama, não se esforçava)
  • Quando o bebé não ganha peso não devemos achar logo que é o nosso leitinho que não é bom ou suficientemente nutritivo. Pode ser o bebé que não está a pegar bem na mama, ou então está a fazer de chupeta. Devemos procurar alternativas
  • A amamentação deverá ser um momento "bom" e não algo doloroso e que começamos a recear. Quando assim é deveremos pensar nas alternativas que temos.
Todas nós queremos o melhor para os nosso bebés, mas para lhe darmos o melhor temos de estar bem. Isso é fundamental!
Deixo abaixo uma imagem que acho que poderá ajudar futuras mamãs.


segunda-feira, 30 de maio de 2016

1ª noite em casa... as dúvidas!

Quando trouxe a princesa para casa, tinha já tudo preparado...
O berço montado ao lado da minha cama e todo "emperiquitado" para receber a nova moradora!!

Quando chegou à hora de deitar a bebé, deitei-a no berço, embrulhadinha numa mantinha para ela se sentir mais "protegida". Era Março, e por isso o tempo ainda estava fresco.
Fiquei cheia de dúvidas se ela estaria confortável, se estava com frio, se tinha calor, etc... ela parecia tão pequenita naquela cama tão grande!!!
Pouco depois de ter apagado a luz, começou a chorar... peguei-lhe e achei que ela devia estar com frio. Ela não parava de chorar!
Deitei-a em cima de mim, na minha cama. Ela acalmou, mas sempre que a tentava deitar, voltava a chorar.
Sabem aquela sensação de estar "completamente perdida?"... era o que eu sentia... não sabia o que fazer... não sabia se era calor, se era frio, se era o facto de estar num ambiente novo, se tinha alguma dor... não sabia, e isso deixou-me muito preocupada e a sentir-me uma inútil!

Fui buscar a alcofa e coloquei-a dentro do berço... e depois acabei por a deitar na alcofa...
Entretanto, ela voltava a chorar e nesta altura achei que também podia ser fome, pois neste tira do berço, põe na minha cama, vai para a alcofa, já tinham passado quase as 3h...

Mudei a fralda, dei a mama... ela estava sempre muito tempo na mama... na altura mal sabia eu que estava lá muito tempo, mas mamava pouco...

Deitei-a na alcofa a dormir, e deve ter dormido aí 1h... depois, nova gritaria! E era sempre assim... chorava, eu pegava nela, dava a mama (se fosse caso disso), ela dormia 30min - 1H e voltava tudo ao mesmo.



Chegou a manhã, e ela estava super bem disposta, e eu e o pai com o sentimento de que tínhamos sido atropelados por um camião!

Nesta altura, ainda havia a esperança que esta noite tivesse sido apenas o início de uma fase que passaria lá para os 3 meses... afinal quando ela estava na neo ela só dormia, e ela preciso acordá-la para mamar... (na altura a enfermeira dizia que lá eles eram todos assim, que era para os pais os quererem levar para casa).

Pois bem, a fase das noites mal dormidas dura até hoje... já ela tem 14 meses... o pai, desde o início que a chama a "rainha da noite".
Já teve altos e baixos, já consegui melhorar algumas coisas, mas ainda tenho noites que passo mais tempo a andar da minha cama para a cama dela ou com ela no colo do que a dormir...

Agora já percebem o título deste blogue??? Pois é, "mãe é como Deus... não dorme!"


sexta-feira, 27 de maio de 2016

Vamos rir??!

Descobri hoje um blogue de um pai com um artigo sobre a chupeta de levar às lágrimas... de tanto rir!

Fica abaixo o link! Muito bom!

Tudo sobre a Chucha – Como dar aos Recém-Nascidos, Comentários de Estranhos na Rua e Estratégias para Tirar


Quando o nosso bebé não fica ao nosso lado...

Este é sem dúvida um assunto sensível... e que provavelmente ninguém espera que aconteça...

Pois bem, a minha bebé quando nasceu não ficou comigo.
Disseram-me que ia ficar na neonatologia 24h, mas acabou ser 6 dias!

É muito triste ver as outra mamãs com as suas crias, e nós ali sozinhas...

A partir das 8h30 da manhã eu podia ir para junto da bebé e ficar com ela até às 24h. O pai também podia estar.
A minha princesa nasceu no hospital público e por azar eu estava na última enfermaria, na última cama! Ou seja, era sempre a última a quem serviam o pequeno almoço... e eu cheia de pressa para ir para junto da princesa. As enfermeiras bem diziam às srªs que tinham de servir primeiro as mamãs que tinham os bebés na neo, mas elas distribuíam o pequeno almoço por ordem e queriam lá saber!
Mas pronto... ainda assim conseguia despachar-me relativamente cedo...

Fonte: http://www.tudodesenhos.com/d/bebe-na-incubadora


Nas primeiras 24h de vida da princesa não a deixaram mamar... queriam ver como reagia o intestino só com o soro, e depois é que introduziam o leite.
Quando ela tinha 23h de vida (era meia-noite), entrou ao serviço um médico que ao ver-me um bocado em baixo disse para eu experimentar dar a mama, a ver se ela pegava.
Ela "abocanhou-se" logo... acho que pela 1ª vez me senti "Mãe"!
Naquele dia fui para a enfermaria muito mais contente e animada... mas mesmo assim continuava com minhocas na cabeça...
Achava que os médicos não me diziam que ela tinha algum problema, porque pensavam que eu já sabia... enfim, só minhoquinhas na cabeça!
Nos dias seguintes eu passei a amamentar a todas, as mamadas do dia. Durante a noite davam-lhe biberão com leite materno (quando eu conseguia tirar o suficiente com a bomba) ou então o suplemento.
A minha bebé era quase a maior bebé que lá estava (nasceu com 3.120kg e 46cm)... os outros bebés eram na sua maioria prematuros, e por isso muito pequeninos! Ela esteve na incubadora 2 ou 3 dias e depois passou ara um berço. Ao fim de 4 dias disseram-me que eu ia ter alta. Que se a bebé ainda não ia ter alta já e por isso não se justificava eu continuar internada. A verdade é que tratando-se de um hospital público, até me deixaram lá ficar muito tempo, porque normalmente quando é parto normal só se fica 2 dias...

O dia que tive alta e vim para casa foi muito triste... vinha sem a minha bebé!
Já era triste, de noite, estar na enfermaria sem ela, mas sabia que ela estava ali no piso de baixo, e que se acontecesse alguma coisa me chamariam e eu estava logo lá. Agora em casa eu estava muito longe!!!
Nos dias seguintes (felizmente foram só 2), pouco antes das 9h já lá estava... as enfermeiras eram quase todas 5 estrelas, e já esperavam que eu chegasse para lhe dar a mama. Assim não tinham de lhe dar suplemento.
No dia que tive alta retiraram-lhe o soro, para ver como ela evoluía e se o intestino trabalhava certinho. Quando eu lá chegava perguntava sempre "então, fez cocó? Dormiu bem? Como é que ela se portou?" As enfermeiras respondiam sempre "está tudo bem mamã... são mesmo perguntas de mãe".
No dia que ela teve alta, de manhã já nos disseram que ela ia fazer um rx e que se estivesse tudo bem que ela teria alta. A pediatra perguntou "vieram preparados para a levar para casa?", eu apeteceu-me dizer-lhe "oh senhora drª, o ovo anda no carro desde o dia que ela nasceu à espera que nos digam que a podemos levar para casa!"
Ao final da tarde tive a melhor notícia - estava tudo bem e podia finalmente levá-la para casa!
Trouxe logo uma carta com a marcação de uma consulta para daí a 3 dias... eu pensei logo "não confiam mesmo em nós para tratar dela... já estão a marcar uma consulta para daqui a 3 dias!!!"
A chegada a casa foi uma excitação. Não dissemos a ninguém, além dos avós que ela ia para casa, para não termos logo toda a gente à espera.
Os avós só a puderam visitar 1 vez na neo, e por isso estavam em pulgas!
Nesse dia recebeu logo muitos mimos dos avós maternos (os paternos vieram só no dia seguinte).

Chegou a noite... a 1ª noite em casa! Um filme!

No próximo capítulo, o filme da "1ª noite em casa... as dúvidas!"

A terminar este post, partilho convosco um vídeo acerca de um bebé que nasceu muito prematuro. Já o vi imensas vezes, e continuo a emocionar-me na parte em que a mãe pega no bebé pela 1ª vez.



Fiquem bem!


segunda-feira, 23 de maio de 2016

A aventura do parto induzido

Continuando o post anterior...

No dia marcado pela médica lá fui fazer nova ecografia. Já fui prevenida com "a mala".
O marido foi comigo, e ainda bem, porque eu estava bastante nervosa.... não era a ida para a maternidade que eu sonhava.

Pois bem, fiz a ecografia e a médica disse que continuava tudo na mesma, que ainda pior um bocadinho. Que dentro da barriga não podia fazer nada, por isso aconselhava a que eu ficasse internada para induzir o parto.
Senti um misto de emoções... por um lado senti alegria por estar a chegar a hora de ir conhecer a minha princesa, por outro tristeza, porque não era assim que eu sonhava que as coisas se desenrolassem.
A médica esteve a ver a dilatação e disse que tinha 1cm... que ia ser fácil as coisas avançarem, mas estava enganada...
Fiquei internada na tarde de 2ª feira. Colocaram-me as cintas para irem monitorizando a bebé e lá comecei com a ocitocina.
Tinha as enfermeiras a vir ver-me constantemente a e perguntarem-me "já sente dores?", mas das dores nem sinal!
Vinha uma metia a mão, dizia que estava tudo na mesma, aumentava a dose de ocitocina e ia embora. Passado um bocado vinha lá outra vez, metia a mão e dizia que continuava tudo na mesma, voltava a aumentar a dose de ocitocina e ia embora... chegou a um ponto que eu já nem as queria ver a entrar no quarto!
Na 3ª feira de manhã, vem a médica e diz que está tudo muito atrasado, que a dilatação não está a aumentar... e dores, zero!
Eu já estava cansada de estar sempre deitada, sempre a medirem a dilatação, sem me deixarem fazer uma refeição... eu já só pensava que era melhor fazerem uma cesariana.
Na tarde de 3ª feira entrou ao serviço uma enfermeira que não esteve com meias medidas... devia querer que eu desocupasse a cama, e então virou-se para mim e disse "vamos lá, senão hoje não nascem bebés" e fez o tão falado "toque maldoso"... aí sim, tive dores... e que dores.
Estava ali sozinha, sem o meu marido (como estavam outras grávidas na enfermaria não podíamos ter acompanhantes), preocupada com o que poderia ter a princesa e via o tempo a passar e as coisas a não avançarem... tive um momento de grande desânimo... só me apetecia chorar!
Só perto das 20h me deixaram sair da enfermaria um bocadinho e ir ter com o meu marido. Mal conseguia caminhar... Estava a falar com o futuro papá e comecei a sentir-me toda molhada... era uma enxurrada de água que não conseguia controlar. Tinha rebentado a bolsa! Era para lá água... não fazia ideia que poderia ter tanta água na barriga!
Voltei para a enfermaria, mudei de roupa e fui "obrigada" a deitar-me... aí sim... começaram as dores... não sei de quanto em quanto tempo é que eram as contracções, mas às 22h30 chamei a enfermeira porque as dores já eram muitas. A enfermeira veio e levou-me para o bloco de partos... esteve a preparar-me (mudar o cateter, etc) e chamou a anestesista.
Depois que levei a epidural chamaram o maridão para junto de mim. A anestesista esteve a dizer que eu ia sentir as contracções na mesma, mas mais "brandas". Que se voltassem a ficar fortes para a chamar.
Perto da meia-noite chamei a enfermeira, por estar a ficar com dores novamente... ela veio e disse que tinha chegado a hora!
A partir daqui foi tudo muito fácil, apesar de eu não ter feito aulas de preparação para o parto, as enfermeiras ajudaram muito, e às 00h59 a princesa já estava cá fora!

Fonte: http://www.partoemrondonia.com.br/2014/07/projeto-para-doulas-voluntarias.html

Não posso dizer que senti uma alegria imensa como acredito que a grande maioria das mulheres sentem, e como eu também esperava sentir. Toda esta situação, a possibilidade da bebé ter algum problema "estragou" o momento... e em vez de alegria, sentia ansiedade e preocupação.
Sentimentos que ainda pioraram com o que se seguiu...
Mal a bebé nasceu levaram-na para dentro, e eu ouvia as enfermeiras a dizer "eu não sabia de nada", "vai buscar o processo"... comecei a ficar muito angustiada...
Trouxeram-me a bebé e disseram-se que ela ia para a neonatologia para observação, na sequência do problema no intestino que tinha sido detectado na ecografia... que era só por 24h, para ver se estava tudo bem, se o intestino funcionava direitinho...
Quando me colocaram a bebé no colo, só lhe conseguia ver "defeitos"... tinha um olho mais fechado que o outro, estava sempre com a língua de fora... enfim... todas as "minhocas" da minha cabeça estavam a vir ao de cima, e acabei por não desfrutar do momento de ter a minha filha pela 1ª vez nos braços...
Lá levaram a bebé para a neonatologia, e eu fui para a enfermaria... sozinha...
É muito triste estarmos sozinhas, e ver as outras mães com os seus bebés... não estava a ser nada como eu tinha sonhado...
Todos estes acontecimentos (gravidez e o antes, durante e depois do parto) marcaram muito tudo o que se seguiu, especialmente os sentimentos que tive e tenho em relação à bebé...
Durante muito tempo não me achei capaz de cuidar dela, sentia que não tinha vocação para ser mãe, que não estava preparada, que nada era como eu imaginava, etc.
Os meus sentimentos, medos e angústias durante estes 14 meses desde que ela nasceu davam para escrever um livro!

Mas isso fica para relatar um pouco mais à frente.

No próximo post "Quando o nosso bebé não fica ao nosso lado..."

Fiquem bem!


sexta-feira, 20 de maio de 2016

A gravidez...

Todas as mulheres, ou quase todas, sonham um dia vir a ser mães... eu não era excepção.
Em 2014, mais ou menos por esta altura, eu e o meu marido decidimos que estava na hora de chamar a cegonha.
Comecei a "devorar" o fórum De Mãe para Mãe. Li tudo sobre as experiências das outras "treinantes", as frustrações, as alegrias... e comecei a fantasiar como seria comigo.
A verdade é que engravidei logo de seguida... tudo parecia estar a correr às mil maravilhas.
Depois dos testes de gravidez positivos (sim, porque fiz mais do que um para ter a certeza!), entramos numa fase que nos sentíamos as pessoas mais abençoadas à face da terra... tudo era maravilhoso, a alegria transbordava, era tudo mel!

Mas como nada é perfeito, a alegria estancou às 12 semanas após o resultado da medição da translucência da nuca... 2,49mm. A partir daí, nada foi igual.
O médico disse para aguardar pelo resultado do rastreio bioquímico, e apesar do resultado ser "Risco reduzido" para as principais trissomias, não fiquei descansada. O factor "idade" tem um peso grande neste resultado, e eu na altura era relativamente nova (27 anos)... para mim, o mais importante era aquilo que era visível na ecografia, e na ecografia a TN era de 2,49mm!! (Sei que há quem tenha valores piores e o bebé é perfeitamente saudável, mas quando é connosco é sempre mais difícil pensar de cabeça fria).
Às 16 semanas, quando eu já estava quase a esquecer o stress da última ecografia, o médico fala-me que a bebé tem hipoplasia da falange média do 5º dedo. Ao início eu nem sabia o que isso era, mas vi logo que não era coisa boa. O médico disse que podia esperar pelas 20 semanas a ver se a situação se mantinha, ou que podia fazer já a amniocentese... foi o que fiz.
O exame faz-se... aquilo é uma agulha enorme, mas naquele momento nós estamos tão preocupadas que o exame corra bem e que o resultado seja o que nós desejamos que nem sentimos nada...
O doloroso é mesmo o tempo de espera... esperei quase 3 semanas pelo resultado... A possibilidade de aborto nunca foi posta em cima da mesa, mas o meu grande receio era "será que vou conseguir amá-la da mesma maneira?" Esta dúvida consumiu-me até ao final, e fez-me sentir culpada por sequer estar a considerar essa hipótese! O "normal" é as mães amarem os filhos acima de qualquer coisa, e o facto de eu pensar que poderia amá-la de maneira diferente se ela não fosse saudável fazia-me sentir muito culpada e revoltada comigo própria.
Apesar do resultado da amniocentese ser "cariótipo normal, 46xx", não fiquei 100% descansada... porque podia ter havido algum engano, terem trocado a amostra, sei lá! (sim eu sei, estava completamente paranóica).
Todo este período foi muito difícil... não escondo que perdi bastante a vontade de comprar coisinhas para o enxoval, de preparar o quartinho dela... por mais que eu quisesse, a vontade não era a mesma. Pensava muitas vezes numa telenovela brasileira que foi em tempos transmitida pela SIC "Páginas da Vida", em que a história girava à volta de um casal de gémeos em que a menina tinha trissomia 21 e após a mãe morrer no parto a criança foi rejeitada pelos avós maternos. Na altura esta telenovela marcou-me muito, e nestes momentos de aflição pensava que  não queria que a minha bebé, no caso de ter T21, se sentisse rejeitada por mim ou por qualquer outra pessoa...
O resto da gravidez correu sem grandes sobressaltos, mas quando eu menos esperava, a "sombra" chegou novamente. Ás 37 semanas fiz uma ecografia no hospital onde a bebé iria nascer. Deveria ser a última. Antes que me dissessem o que quer que fosse, percebi logo que algo se passava... quando um médico nos está a fazer uma ecografia e não responde à pergunta "está tudo bem?" e sai para chamar outro médico.... uhm, algo se passa!
Disseram-me que era visível uma acumulação anormal de mecónio no intestino, o que poderia ser indicativo de uma obstrução intestinal. Além disso, os fluxos da placenta estavam bastante baixos, e o bebé poderia já não estar a ser bem alimentado.
Fui para casa já com outra consulta marcada para daí a 2 dias, e uma nova eco para o dia a seguir à consulta. Caso o "cenário" se mantivesse, deveria ficar internada para provocarem o parto.
Escusado será dizer que cheguei a casa e fartei-me de pesquisar coisas na internet e mais uma vez a possibilidade da bebé ter T21 ou outro problema, como o megacólon congénito, voltava a assombrar-me.
A alegria de estar a chegar a hora de conhecer a minha princesa era novamente abalada...

Este post já vá longo, no próximo relato os acontecimentos seguintes e a "aventura do parto induzido".

Fiquem bem!

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Olá a todas(os)!

Começo hoje a minha aventura como "aspirante a blogger"! Não por achar que vou ter muitos interessados nos meus desabafos, mas porque tenho esperança de encontrar alguém que se identifique comigo e com as dificuldades de ser mãe.... e mais que não seja, pôr cá para fora o que vai cá dentro vai sem dúvida fazer-me bem..

Sou mãe! É verdade... às vezes nem eu própria acredito!
A minha vida mudou imensurávelmente desde que a "piquena" nasceu... ou melhor, desde que ela foi concebida.

No próximo post faço um resumo do que foi a gravidez...

Como diz aquela frase mítica do Dragon Ball "Não percam o próximo episódio, porque nós também não!!"

Fonte: http://www.whatsappimagens.com/imagens/desenho-de-bebe